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25.11.06

marketing

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Uma palavra para o consumidor
por JA

O tema em destaque na oitava edição do Congresso Internacional da Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing (APPM), abordou o envolvimento do consumidor no processo do ‘marketing’, e a necessidade de as marcas comunicarem de outra forma, a exemplo do que aqui já foi abordado com os contributos de consumidores para a inovação e o desenvolvimento de novos produtos.

O principal objectivo é estabelecer relações emocionais fortes entre o consumidor e as marcas. Uma expressão que já vai entrando no léxico de muitos anunciantes e agências, mas que a realidade demonstra muitas vezes o contrário, pela inércia dos planos de ID dos seus clientes.As relações intensas e a forma como uma marca consegue prender um consumidor de forma absolutamente apaixonada, é na opinião de Justin Kirby, fundador da Viral & Buzz Mkg Associations, que a “publicidade de massas está a morrer”, “as pessoas não querem saber de anúncios bonitos e ‘slogans’ giros”.Senão, vejamos o efeito viral de novos canais como os blogs, que veio mostrar uma outra realidade e das controvérsias geradas por alguns temas de topo na procura dos internautas.

A publicidade fazia-se de forma mais ou menos convencional e veiculada em meios tradicionais e um consumidor era impactado de várias formas e com intensidades diferentes. A publicidade na televisão ou na rádio; na rua, a caminho da escola ou do trabalho, eram os ‘outdoors’ e os ‘mupis’ que vinham complementar as mensagens que tinha visto e ouvido; ao longo do dia, com mais um ou outro ‘banner’ a saltar num pop-up ou a piscar no écran quando visitava um site qualquer; um ou outro anúncio de imprensa que lhe despertava a atenção na revista do costume... Ao fim do dia, em casa, era bombardeado por anúncios de televisão. Assim era e caminha para a morte lenta, pois o tempo gasto na internet está verificar um aumento crescente na ocupação dos tempos livres e lazer.No horizonte, o futuro da publicidade passa pela convivência entre o que tradicionalmente se faz e a inovação em novos suportes como os filmes de 30 ou de 45 segundos a passar em ‘loop’ ao longo de uma noite de televisão. Só não serão o meio mais forte, mais eficiente, mais rentável.

O consumidor, hoje em dia, procura uma marca com a qual se identifique emocionalmente, procura uma marca em que possa tocar, que possa sentir e entender, um novo perfil de consumidor que tem o seu estilo de vida a a orientar as suas opções.O incentivo do experiential marketing interpela emocionalmente os consumidores de uma forma mais intensa quando uma Sony Bravia incita os internautas a criarem o seu próprio anúncio à marca pintando um prédio, quando uma Coca-cola cria uma comunidade online, quando um vinho como o Casal Garcia promove um campeonato de gargalhadas na Internet ou quando uma Galp Energia põe um país inteiro aos pulos a cantar um hino para dar força à selecção nacional num campeonato Europeu ou Mundial de futebol. Mais profícuo se torna esta forma de envolvimento emocional, quando "os consumidores se tornam o seu departamento de marketing”.

Apesar de se criarem as ditas relações intensas entre o consumidor e as marcas, sabemos que esta forma de inovação não é incrementada de forma geral nas empresas e no mercado nacional, deixarem que os consumidores experimentem as marcas e os produtos, deixarem os consumidores dizerem de “sua justiça”, que entrem nas suas estratégias...enfim, se inverta o processo e óptica de produção de uma forma efectiva e não apenas pelas belas palavras expostas nos manuais de marketing.Ainda não chegou o tempo de uma aceitação generalista do sistema de sugestão e revisão de processos por parte das empresas portuguesas, com honrosas excepções, diga-se em abono da verdade.

A publicidade tradicional está a perder peso no contexto comunicacional, passando a ser mais um suporte de comunicação e elevando-se o peso da comunicação pela Internet, mais personalizada, mais interventiva, mais emocional, mais local...com projecção global. Num futuro bem próximo, terá maior apetência por parte dos consumidores aquele canal que permita a abertura à participação de quem quiser, permita a comunicação bi-direccional e mais interactiva.

O consumidor quer ter uma palavra a dizer e quem abrir esse canal vai brilhar nos próximos tempos: sejam os ‘blogues’, sejam os ‘utubes’ da vida, seja o ‘marketing’ viral ou o ‘word-of-mouth’, estas serão efectivamente, algumas das ferramentas do futuro.Levando ao extremo esta nova forma de chegar às pessoas, as marcas passam a estar inteiramente dependentes dos consumidores e por isso implicará novas visões da estratégia de aproximação e activação dos consumidores, como é o caso do second life, onde algumas das marcas adquirem já espaços virtuais.

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